Cannabis sativa L.: explore a estrutura botânica da erva

Muito se fala sobre os efeitos terapêuticos da Cannabis e o impacto dos canabinoides na saúde. 

Mas, poucos conhecem a planta desde a sua raiz – ou melhor, desde sua estrutura, diversidade e, principalmente, o papel no cultivo e na produção dos produtos derivados. 

Aliás, existem tantos preconceitos e mitos em torno da maconha, que a maioria das pessoas nem se lembra que ela é uma planta como qualquer outra. 

Então, se você quer sair do senso comum e entender a Cannabis do ponto de vista botânico, continue a leitura.

Cannabis sativa L.: Estrutura em Detalhes

A Cannabis sativa L., nome científico da planta, pertence à família Cannabaceae. 

Ela é uma espécie dioica, o que significa que existem classificações feminina e masculina separadas, algo raro no mundo vegetal. 

Ainda assim, há também a possibilidade de aparecimento de plantas hermafroditas, ou seja, que apresentam estruturas reprodutivas tanto masculinas quanto femininas.

Durante a fase de maturação, cada planta começa a demonstrar seu “sexo” por meio de estruturas reprodutivas. 

Plantas Fêmea

As plantas fêmeas são, sem dúvida, o foco do cultivo medicinal. 

Afinal, são elas que desenvolvem as flores ricas em canabinoides como o CBD, o THC, os terpenos e outros compostos com propriedades terapêuticas.

A concentração desses compostos acontece, sobretudo, nas flores não polinizadas. Por isso, durante o cultivo medicinal, é comum a retirada das plantas masculinas e hermafroditas do ambiente, evitando a fecundação das fêmeas. 

Ao impedir essa polinização, o cultivo é direcionado para a formação máxima de flores com resinas ricas em compostos terapêuticos, o que garante maior qualidade para a produção de óleos, cápsulas, cremes e demais formas de medicamento à base de Cannabis.

Durante o período de floração, essas plantas desenvolvem pistilos — estruturas em forma de pelos finos e esbranquiçados (ou alaranjados, à medida que amadurecem). 

Com o tempo, os pistilos formam as flores que são colhidas e processadas para extração dos produtos canábicos.

Além disso, as fêmeas também podem ser usadas como “plantas-mãe”, fornecendo clones para novos cultivos com características específicas.

Plantas Macho

Diferente das fêmeas, as plantas machos não produzem flores, mas sim sacos de pólen chamados estames.

Assim, seu papel é essencial na reprodução da planta, já que liberam pólen para fertilizar as fêmeas. 

No entanto, como você viu antes, se o objetivo do cultivo é extrair canabinoides com propriedades terapêuticas, a presença dos machos é um problema.

Por outro lado, são extremamente valiosos para a indústria, já que são ricos em fibras, podem ser utilizadas na produção de:

  • Tecidos
  • Papel
  • Suplementos nutricionais 
  • Materiais de construção

Seus nutrientes e compostos bioativos, embora em menor quantidade, ainda apresentam potencial terapêutico em certas formulações.

Plantas Hermafrodita

As plantas hermafroditas possuem características das fêmeas e dos machos ao mesmo tempo. 

Ou seja, têm pistilos e estames, podendo se autopolinizar e também polinizar outras plantas.

Para quem busca flores potentes e ricas em CBD ou THC, isso é um risco, já que a polinização precoce compromete a qualidade da colheita.

Por isso, no cultivo profissional, o ideal é identificar e remover as hermafroditas assim que forem detectadas.

Muito Além do Baseado

Compreender a estrutura botânica da Cannabis nos permite enxergá-la livre de estigmas e preconceitos. 

Afinal, longe de ser apenas “maconha”, é um organismo vegetal complexo, com partes que oferecem aplicações diversas, do uso industrial ao farmacêutico… O que vai muito além do baseado!

Então, se você quer continuar aprendendo mais sobre Cannabis e seus usos terapêuticos, acompanhe o blog da Dr. Green ou agende uma consulta com nossos especialistas!