Cânhamo: Alternativa milenar para a sustentabilidade do planeta

Imagine uma planta capaz de ajudar no tratamento de doenças, substituir materiais poluentes e regenerar o solo onde é cultivada. 

Agora, imagine que essa planta é tratada como vilã em grande parte do mundo: bem-vindo ao paradoxo da Cannabis, ou mais especificamente, do cânhamo.

É impossível ignorar o absurdo da nossa contradição: sufocamos o planeta com plástico, desmatamos florestas para produzir papel e esgotamos recursos hídricos para vestir roupas da moda, enquanto marginalizamos uma alternativa que poderia aliviar tudo isso.

A seguir, você vai acessar uma série de dados surpreendentes sobre a exploração humana no planeta Terra e entender por que investir no cânhamo industrial é uma alternativa viável e sustentável. 

O problema: excesso, poluição e desperdício

No modelo econômico em que vivemos, a maior parte do que consumimos diariamente deixa um rastro ambiental devastador.

Pense no copinho de café descartável que você usa pela manhã, no papel da impressora do escritório, na sacola que veio com seu almoço, na camiseta básica que vestiu…

Todos os anos, o mundo consome mais de 1 milhão de garrafas plásticas por minuto, sendo que 91% disso não é reciclado (The Guardian). O destino? Oceanos, rios, solos e até os nossos corpos.

Enquanto isso, a produção de papel e papelão já ultrapassa 420 milhões de toneladas ao ano. Aliás, esse setor está entre os maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, poluição de rios e desmatamento de ecossistemas inteiros (Statista).

No setor têxtil, o algodão, apesar de parecer natural, tem um alto custo ambiental: ocupa 2,5% das terras aráveis do mundo e consome volumes insustentáveis de agrotóxicos, fertilizantes e água. 

Só para produzir uma camiseta, por exemplo, podem ser necessários até 2.700 litros de água, o suficiente para sustentar uma pessoa por dois anos e meio (WWF).

Estamos, portanto, presos a um modelo de produção e consumo que adoece o planeta, mesmo quando existem alternativas mais viáveis.

A solução: Cânhamo, uma planta, múltiplas aplicações

Ao contrário do que muitos ainda pensam, o cânhamo industrial não é o mesmo que a maconha para uso recreativo. 

É uma variedade da Cannabis sativa com baixíssimo teor de THC (a substância psicoativa), cultivada com objetivos industriais e medicinais.

Assim, suas fibras, sementes e flores têm aplicações que vão desde tecidos e bioplásticos até alimentação, construção civil e tratamentos médicos.

Veja por que é um dos materiais mais sustentáveis da atualidade:

  • Baixo impacto ambiental: o cânhamo cresce rápido, precisa de pouca água e quase nenhum agrotóxico.
  • Recupera solos: suas raízes profundas regeneram o solo e sequestram carbono.
  • Substitui materiais poluentes: sua celulose pode virar papel sem precisar desmatar florestas. Suas fibras são mais resistentes que o algodão e podem ser usadas na indústria têxtil e automobilística.
  • Bioplástico real: ao contrário do “plástico verde” que ainda depende de processos poluentes, o cânhamo oferece uma alternativa biodegradável e escalável.

Papel do Cânhamo na Saúde 

O cânhamo também é um dos focos da medicina moderna. 

Afinal, é a principal matéria-prima para a extração de compostos para a produção de medicamentos à base de CBD, por exemplo, que já é usado no tratamento de epilepsia, dores crônicas, distúrbios de ansiedade, insônia, e até como coadjuvante em quadros de autismo e Alzheimer.

E o mais surpreendente? Mais de 672 mil brasileiros já se tratam legalmente com produtos derivados da Cannabis (Agência Brasil, 2024), a maior parte deles, extraídos justamente do cânhamo.

Ou seja, enquanto o mundo procura soluções para crises de saúde pública e doenças crônicas crescentes, ignorar os benefícios comprovados da erva beira a negligência científica.

Status do Cânhamo no Brasil

Apesar dos avanços recentes no uso medicinal da Cannabis, o cultivo do cânhamo industrial ainda não está plenamente regulamentado no Brasil. 

Em fevereiro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Anvisa ou a União deveriam estabelecer, até maio, regras claras para a importação e o cultivo da planta com baixo teor de THC, usada para fins medicinais, farmacêuticos ou industriais.

Assim, a decisão abriu caminho para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva nacional mas, na prática, o cultivo segue enfrentando entraves regulatórios e burocráticos. 

Hoje (junho 2025), pacientes seguem dependentes da importação dos medicamentos.

Para democratizar e facilitar o acesso a produtos à base de Cannabis, existem iniciativas como a Dr. Green. 

O primeiro passo é agendar uma consulta com nossos médicos prescritores e, em seguida, contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar completa para te acompanhar em todas as etapas do processo.