Alzheimer e Cannabis: Benefícios Para Ficar na Memória

Quem nunca ouviu falar (ou até saiu por aí repetindo) que maconha mata neurônios e prejudica a memória, que atire a primeira pedra. 

Mas, a verdade é que a ciência adora desafiar percepções populares, e com a erva não é diferente. Felizmente!

Nos últimos anos, estudos têm investigado o potencial da Cannabis no tratamento do Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo e, até o momento, não tem cura. 

Assim, a ideia é simples: se a planta interage com o sistema nervoso de forma tão poderosa, poderia ajudar a retardar os efeitos da doença?

Vamos explorar esse tema a fundo e entender o que as pesquisas têm a dizer.

O que é o Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o pensamento e, eventualmente, a capacidade de realizar tarefas cotidianas.

Está relacionado ao acúmulo de placas beta-amiloides e emaranhados neurofibrilares no cérebro, que levam à morte de neurônios e à perda de funções cognitivas, como memória, atenção e concentração.

São 55 milhões de pessoas no mundo diagnosticadas com demência, sendo que 1,2 milhão delas estão no Brasil, com 100 mil novos casos registrados por ano no país.

Atualmente, os tratamentos disponíveis ajudam a controlar os sintomas, mas não impedem a progressão da doença e, por isso, novas abordagens terapêuticas são tão importantes.

É aí que entra a Cannabis!

Benefícios da Cannabis no Alzheimer

Estudos preliminares apontam algumas possíveis vantagens do uso da Cannabis para pacientes com Alzheimer. 

Vamos a elas:

1. Redução da Inflamação Cerebral

A inflamação é um dos grandes vilões do Alzheimer, já que ocasiona a morte dos neurônios.

Mas, estudos indicam que o canabidiol (CBD) – um dos compostos encontrados em maior quantidade na Cannabis – possui propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo do cérebro. 

Assim, ajuda a proteger as células cerebrais da morte e retardar a progressão da doença.

2. Remoção das Placas Beta-Amiloides

Pesquisas sugerem que o tetraidrocanabinol (THC), outro composto encontrado em abundância na Cannabis, pode auxiliar na redução do acúmulo de placas beta-amiloides no cérebro. 

Além de serem tóxicas, representam um dos principais marcadores do Alzheimer. 

Assim, um estudo de caso relatou que microdoses de extrato de cannabis melhoraram a memória e as funções cerebrais em um paciente com Alzheimer em estágio leve.

Segundo o texto, “o paciente e seu cuidador relataram uma melhora substancial na qualidade de vida, enquanto avaliações adicionais de acompanhamento comportamental e bioquímico não mostraram sinais de toxicidade ou efeitos colaterais significativos.”

Outro ponto importante de se considerar é um possível avanço em comparação com a literatura anterior sobre o uso de canabinóides para outras doenças neurológicas, que utilizavam doses muito mais elevadas.

3. Controle da Agitação e da Ansiedade

Além de lidar com a progressão da doença e suas limitações, pacientes com Alzheimer geralmente apresentam sintomas psíquicos como agitação, depressão, agressividade e ansiedade. 

Felizmente, entre os maiores benefícios do CBD estão seus efeitos ansiolíticos e calmantes, que ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores.

Um ensaio clínico liderado pela Johns Hopkins University School of Medicine demonstrou que o dronabinol, uma versão sintética do THC, reduziu a agitação em pacientes com Alzheimer em uma média de 30%.

4. Melhora do Sono

Distúrbios do sono são comuns no Alzheimer, agravando ainda mais os sintomas da doença. 

Tanto o THC quanto o CBD podem ajudar a regular o ciclo do sono, proporcionando noites mais tranquilas e, consequentemente, melhor cognição durante o dia.

Porém, mais estudos são necessários para mostrar exatamente como esses compostos podem agir em quem tem Alzheimer.

Se Faz Tão Bem, Pode Fumar? 

É importante destacar que há uma grande diferença entre o uso recreativo da maconha e seu uso medicinal.

Afinal, este último é baseado na administração controlada de compostos específicos da planta, como o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), em doses ajustadas conforme a necessidade do paciente. 

Além disso, esses compostos podem ser extraídos e formulados em óleos, cápsulas, sprays e outros formatos que permitem um consumo seguro e padronizado.

Já o uso recreativo, que muitas vezes envolve a inalação da fumaça da maconha, não segue critérios médicos, podendo ter efeitos imprevisíveis, principalmente para pessoas com doenças neurodegenerativas. 

Além disso, a queima da planta libera substâncias tóxicas que podem ser prejudiciais para os pulmões e para a saúde em geral.

Mas Então, Como Acessar o Tratamento? 

Para acessar o tratamento com Cannabis, é necessário alguns requisitos, como uma prescrição médica e autorização para importação do medicamento.

Embora pareça um processo complexo e demorado, existem organizações – como é o caso da Dr. Green – que facilitam e agilizam as etapas por você.

Sendo assim, se você convive com alguém que tem Alzheimer, queremos convidá-lo para iniciar uma conversa com a nossa equipe de acolhimento para entender exatamente como podemos ajudar!